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CCBB RJ recebe acervo do MASP em parceria inédita

13 mar 2017 • por Denise Calasans Gama + Dia

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“Abrirmos a cabeça
Para que afinal floresça
O mais que humano em nós.”
(Tá Combinado,Caetano Veloso)

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“Entre nós – A Figura humana no acervo do MASP“ é o nome da exposição em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Com curadoria de Rodrigo Moura e Luciano Migliaccio, a iniciativa inédita disponibiliza o acervo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand para o público. Passeamos pelos diversos núcleos, cinco, para ser mais precisa, como os sentidos do corpo humano… mera coincidência. É para quem sabe (re) lembrarmos nosso humano lado e, quanto estamos negligenciando nossa condição humana, nossa imaterialidade, nossa corporeidade, nosso lado sensorial.

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Reunindo cerca de 100 obras essa mostra põe foco na representação da figura humana, permeando diversos períodos da história da arte em diferentes coleções pertencentes ao Museu. Pinturas e esculturas que vem desde o século 14 até as vanguardas históricas do século 20, passando pelo barroco, impressionismo e pós impressionismo é o núcleo mais amplo exemplificando a renomada coleção européia, reconhecida como a mais importante de um museu fora do hemisfério norte.

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Mas não vá esperando só obras ditas “clássicas”, somos presenteados com relíquias das coleções pré-colombiana, africana, brasileira, latino-americana, e de fotografia, mostrando quão diversos somos na nossa percepção estética da nossa imagem ao longo da nossa existência. Essa mostra representa bem a vocação do Masp em se caracterizar como um museu “ múltiplo, diverso e plural”.
O cinco núcleos foram divididos, a partir de um princípio cronológico, mas não de forma rígida, a saber: Presenças, Retratos, Corpos, Ações e Simultaneidades. São percursos que vão fazer com que o espectador tenha várias experiências estéticas, percebendo o humano religioso, com seus cultos e magias. O humano que se retrata e auto-retrata , para quem sabe, talvez, entendermos nossa atual fixação em selfies, mas mais do que isso realizarmos a figura humana em diferentes contextos: genealógico, social e político, na tentativa de idealizar um determinado tipo humano.

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Nos módulos seguintes, e fechando em direção ao contemporâneo (séculos 20 e 21), o visitante se deparará com as diferentes representações da figura humana em diversos momentos históricos, ora enfatizando os elementos e princípios das linguagens artísticas nas questões espaciais e no movimento, ora na construção e na desconstrução da mesma nas vanguardas históricas. Além de se deparar com os artistas brasileiros no modernismo e a ênfase em temas sociais.

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Em especial, o Núcleo Corpos mostra como os artistas investigaram novas formas de representar a figura humana, na pintura e na escultura, diferentemente do que se vinha fazendo no século 19. Agora havia o nu, o retrato, o estudo do modelo vivo no seu cotidiano rural ou urbano, no âmbito privado e social. O corpo feminino também se desvela nas inúmeras inquietações que esse tema provocava, a mulher em seus diferentes papéis na sociedade, o erotismo explícito versus moral repressiva, a mulher não mais como simples objeto de deleite, mas atuante na nova condição sedutora.⠀⠀⠀

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Já a figura masculina aparece na interpretação dos artistas tanto como o burguês em ascensão quanto os trabalhadores explorados e marginalizados. E, esse núcleo, ainda nos revela as questões no subsolo da cultura urbana e sociedade industrializada, trazendo à tona os meandros das questões das diferentes origens étnicas, de gênero, as liberdades individuais e do coletivo, ainda em pauta hoje. Nos mostrando como o corpo vai sendo moldado ao par das oscilações de cada época.

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Para abusar do senso comum, a mostra do MASP veio em cheio para cidade mais “corpo” do Brasil (RJ) e que o objeto temático está a cada esquina, nas paisagens, nas praias bem exibidos ao olhar passante.
Essa exposição é para como diz o verso de Caetano Veloso “Abrirmos a cabeça para que afinal floresça o mais que humano em nós.”, e lembramos através da arte que não somos máquina, mas sim muito além da humana figura que revelamos. Tá combinado?

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Serviço: Exposição de 8/2 a 10/4 de 2017
Quarta a segunda, das 9h ás 21h
Entrada franca

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